Pseudociências também vitimam seus "heróis"

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21 abr 2025
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perfil de vidente analisando bola de cristal

 

É possível que você não faça a menor ideia de quem seja Joseph Mercola — o que é algo razoável, já que sua influência é muito mais forte nos Estados Unidos, onde não só é uma celebridade como foi colocado entre os Disinformation Dozen, os doze influenciadores digitais que mais lucram com a propagação de mentiras sobre vacinas.

Mercola é um médico osteopata — nos Estados Unidos, existem diferentes tipos de título de “doutor” para profissionais de saúde, e nem todos requerem um curso regular de Medicina: Doctor of Medicine (MD), Doctor of Osteopathy (DO), Doctor of Chiropractic (DC), por exemplo —, autor de alguns best-sellers e de mais de 30 estudos científicos, além de ser fundador do site Mercola.com, um portal com informações relacionadas à medicina holística que também abriga uma lojinha de produtos orgânicos.

De acordo com sua “narrativa do herói”, antes de passar a defender a medicina alternativa, era um grande entusiasta da medicina “alopática”, tendo atuado como palestrante remunerado de uma empresa farmacêutica.

Isso teria mudado no início da década de 1990, quando os tratamentos convencionais não conseguiram ajudar um jovem paciente com diarreia. O que o "curou" foi um protocolo natural descrito em um livro chamado The Yeast Connection. A partir disso, Mercola tornou-se um cético da medicina moderna e passou a mergulhar na ciência da nutrição e nos tratamentos alternativos. Ao observar que esses novos métodos estavam “funcionando”, abandonou a medicina e passou a focar exclusivamente em uma abordagem holística de prevenção.

Mercola é um prolífico produtor de falácias antivacinas, muitas das quais se espalham pelo mundo – incluindo o Brasil – descoladas da figura do autor. Vamos analisar algumas.

Em artigo intitulado “Kindergarten Vaccine Exemptions Rise as More Parents Make Informed Decisions”, o americano enaltece o fato de que muitos pais de crianças pequenas vêm optando por evitar ou adiar determinadas imunizações, sob o argumento de que as evidências de eficácia e segurança seriam frágeis.

Ele cita um estudo publicado na revista Current Opinion in Virology, em que se lê:

“Doenças preveníveis por vacinas (DPVs), incluindo sarampo e caxumba, têm reaparecido em países com alta cobertura vacinal. No caso da caxumba, a queda da imunidade foi identificada como um dos principais fatores para os surtos recentes. Evidências sorológicas e epidemiológicas sugerem que a imunidade natural induzida pela infecção pode ser mais duradoura em comparação com a imunidade induzida pela vacina”.

Mas a citação é descontextualizada e leviana. O que os autores fazem, ao longo de todo o texto, é ressaltar que, embora as vacinas sejam eficazes na prevenção e proteção contra casos graves tanto de caxumba quanto de sarampo, é possível que nosso entendimento sobre uma imunidade "vitalícia" esteja equivocado.

Em nenhum momento os autores afirmam que as vacinas são ineficazes, que a imunidade natural é superior à imunidade adquirida, ou que os indivíduos não deveriam se vacinar. Essas são ideias que Dr. Mercola pode não expressar abertamente, mas deixa subentendidas em seus textos, influenciando leitores menos familiarizados com o tema.

No entanto, sou obrigado a reconhecer que Mercola é habilidoso em dois aspectos.

Primeiro, seu texto tem características que lhe conferem a — falsa — aparência de um artigo sério, tratando de um tema científico. Cita referências e, frequentemente, menciona diretamente os autores, o que cria a impressão de que outros pesquisadores endossam sua tese; e utiliza jargões científicos que soam legítimos — quando, na verdade, funcionam como cortina de fumaça.

Segundo, Mercola foi extremamente talentoso em monetizar essa posição. Ao construir sua imagem como autoridade no campo da medicina alternativa, passou a conciliar a produção de artigos exaltando os supostos benefícios de suplementos alimentares com anúncios como este:

“Assuma o Controle da Sua Saúde com Produtos Premium: Sentindo-se um pouco indisposto? A vitamina B está aqui para ajudar! Desde o suporte aos níveis de energia com B12 até a promoção de uma pele saudável com Niacinamida, esses suplementos poderosos estão ao seu lado. Economize em produtos selecionados de Vitamina B! Não perca — compre agora e sinta-se no seu melhor”.

Com isso, criou um verdadeiro cenário de “venda casada” — algo muito semelhante ao que algumas fabricantes brasileiras de suplementos fazem por meio de seus influenciadores.

 

Reações

Em fevereiro de 2005, a FDA enviou carta de advertência ao Dr. Mercola, ordenando que parasse de fazer alegações terapêuticas a respeito dos produtos vendidos em seu site. Entre elas, havia uma que descrevia um item como “contramedida excepcional” contra câncer, doenças cardiovasculares, diabetes, doenças autoimunes, entre outras.

Em outubro de 2006, Mercola recebeu nova advertência da FDA, instruindo-o, junto à sua então clínica, a Optimal Wellness Center, a interromper as alegações ilegais sobre quatro produtos. Um deles, o “Vibrant Health Research Chlorella XP”, um suplemento à base de chlorella, alegava que substituir alimentos processados por alimentos integrais, como a própria chlorella, eliminaria o risco de câncer.

Em abril de 2011, nova advertência foi emitida, dessa vez não por suplementos, mas por um dispositivo de imagem térmica promovido por Mercola em sua clínica em Illinois e em centros afiliados. A câmera Meditherm Med2000 Telethermographic era autorizada apenas para visualização e armazenamento de padrões térmicos do corpo, em ambiente clínico e sob supervisão profissional. Seu uso e promoção além desse escopo configuravam infração.

Mercola afirmava em seu site que o equipamento servia para detectar inflamações ocultas, realizar triagens de câncer e diagnosticar doenças como artrite, distúrbios digestivos e AVCs.

Segundo o mesmo, seu site — criado em 1997 — só decolou após três anos de investimento. A venda de produtos surgiu da necessidade de financiar sua equipe e manter a produção de conteúdo.

Mercola recheou seu site com artigos de sua autoria, abordando temas sérios — como o uso excessivo de antibióticos, alimentação saudável e atividade física —, mas também com afirmações controversas, como a ideia de que a maioria dos medicamentos não foi adequadamente testada, pode causar danos irreparáveis e, mesmo assim, é celebrada; enquanto os suplementos, que “não causam mortes”, são ignorados.

Ele rejeita o rótulo de antivacina. Diz ser apenas um cético que questiona os efeitos das combinações vacinais e suas complicações de longo prazo, alegando que essas são subnotificadas pelo governo e pela mídia — uma alegação absurda.

Mesmo seus críticos reconhecem: Mercola é um marqueteiro habilidoso. Seu site, gratuito e repleto de manchetes chamativas, vídeos de saúde e anúncios de seus produtos, é cuidadosamente planejado. Ele afirma ter estudado marketing, aprendido a criar títulos atraentes e desenvolvido um posicionamento consistente para gerar engajamento.

O site tem duas características que dificultam sua identificação imediata como espaço de pseudociência. A primeira é o uso de ideias populares, como “tudo que é natural é bom” e “tudo que é químico é ruim”. A segunda é a publicação ocasional de conteúdos baseados em evidências reais — como instruções corretas para lavar as mãos.

Para David Gorski, médico e cofundador do Science-Based Medicine, Mercola ignora dados, faz seleção tendenciosa de evidências (cherry-picking) e utiliza táticas de medo — como ao afirmar que antitranspirantes com alumínio causam câncer de mama.

Quando questionado sobre as investigações da FDA e as críticas, Mercola afirmou que elas eram esperadas, devido às “enormes somas de dinheiro” envolvidas e ao “entrelaçamento” entre governo e indústria farmacêutica.

Em setembro de 2015, Mercola anunciou que deixaria de atender pacientes para se dedicar exclusivamente à sua plataforma online. No entanto, segundo o Dr. Stephen Barrett, fundador do site Quackwatch, documentos sugerem que a decisão pode ter sido motivada por razões menos nobres.

Em 2004, Barrett solicitou ao Departamento de Regulação Profissional de Illinois que investigasse Mercola por propaganda enganosa em seu site e condutas duvidosas em atendimentos clínicos. Em junho daquele ano, o Departamento abriu uma queixa administrativa por “divulgação de informações médicas falsas e potencialmente prejudiciais”.

Pouco depois, a denúncia foi ampliada para incluir cerca de uma dúzia de infrações adicionais. Por exemplo, Mercola exigia um exame obrigatório de análise capilar para todos os pacientes, supostamente utilizado para orientar recomendações dietéticas e suplementares.

Em vez de comparecer à audiência para se defender, Mercola entrou com uma moção para arquivar a queixa, alegando que suas declarações estavam protegidas pela liberdade de expressão. A moção foi rejeitada, e o juiz afirmou haver evidências claras de conduta não profissional, autovalorização enganosa, promessas terapêuticas infundadas e uso de mensagens que exploravam a vaidade ou o medo do público.

Em 2005, Mercola recorreu novamente — e teve o pedido negado mais uma vez. Sem se dar por vencido, apresentou um terceiro recurso. Desta vez, porém, foi o próprio Departamento que decidiu encerrar o processo, em janeiro de 2007, após Mercola remover de seu site as alegações problemáticas listadas na queixa.

Em 2016, Mercola e suas empresas foram proibidos, de forma permanente, de comercializar ou vender sistemas de bronzeamento artificial, além de serem obrigados a reembolsar os consumidores.

Na queixa apresentada pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC), Mercola e suas duas empresas foram acusados de promover seus sistemas como seguros, alegando que pesquisas comprovariam que o bronzeamento artificial não aumentaria o risco de melanoma. Além disso, eles afirmavam que os equipamentos, que combinavam luz ultravioleta e luz vermelha, poderiam até mesmo reverter sinais de envelhecimento.

Segundo a FTC, essas alegações eram falsas, enganosas ou careciam de qualquer comprovação científica.

Verba antivacina

Em uma apuração de 2019 para The Washington Post, as jornalistas Satija, N. e Sun, L. descobriram que, ao longo da década anterior, Joseph Mercola havia contribuído com mais de US$ 2,9 milhões para o National Vaccine Information Center (NVIC) — o que representava cerca de 40% do financiamento da organização antivacina.

O NVIC, em seu próprio site, lista o Mercola.com como parceiro e fornece links para que seus leitores acessem o site, onde podem conhecer e adquirir seus produtos.

Além dessa doação, documentos analisados indicam que Mercola repassou pelo menos US$ 4 milhões a diversos grupos que disseminavam mensagens antivacina. Seu patrimônio líquido — derivado principalmente de sua rede de empresas privadas — ultrapassava os US$ 100 milhões em 2017, segundo um depoimento assinado pelo próprio.

Em 2021, a jornalista Sheera Frenkel publicou em The New York Times a matéria intitulada The Most Influential Spreader of Coronavirus Misinformation Online. Nela, é descrito como um artigo assinado por Mercola, que alegava que os imunizantes alterariam o código genético humano, transformando as pessoas em fábricas de proteínas virais sem botão de desligar, se espalhou em poucas horas por dezenas de blogs, foi traduzido para o espanhol e o polonês, compartilhado por ativistas antivacina — e alcançou cerca de 400 mil pessoas no Facebook.

Em resposta por e-mail ao Times, Mercola afirmou achar “bastante peculiar” ser considerado o principal disseminador de desinformação. Rebateu dizendo que muitas de suas postagens no Facebook tinham apenas algumas centenas de curtidas.

Contudo, os números contradizem essa narrativa: sua página oficial no Facebook em inglês tinha mais de 1,7 milhão de seguidores, enquanto a versão em espanhol contava com 1 milhão. O New York Times ainda identificou outras 17 páginas ligadas diretamente a ele ou a seus negócios. No Twitter, ele somava quase 300 mil seguidores; no YouTube, cerca de 400 mil inscritos.

O Facebook declarou ter rotulado diversas publicações de Mercola como falsas, banido anúncios de sua página principal e removido outras contas que violavam suas políticas. Twitter e YouTube também agiram: derrubaram postagens, restringiram a monetização de vídeos e limitaram seu alcance.

Após esse episódio, o circo parecia estar se fechando. Em agosto de 2021, Mercola reagiu às críticas crescentes e anunciou que excluiria todo o conteúdo de seu site — aproximadamente 15 mil artigos — por estar sendo alvo de uma "caça às bruxas", após ser nomeado o principal membro dos Disinformation Dozen.

No anúncio, ele afirmou que foi "forçado" (sem especificar por quem) a apagar os textos, mas que continuaria publicando novos conteúdos, embora com uma disponibilidade limitada a apenas 48 horas. Uma estratégia, claro, para dificultar a checagem de informações e o rastreamento por parte de jornalistas e agências de verificação.

A sequência de derrotas continuou. Um mês depois, o YouTube baniu seu canal, junto com os de outros três líderes antivacina: Sherri Tenpenny, Erin Elizabeth e Robert F. Kennedy Jr. Segundo um porta-voz da plataforma, mais de 133 mil vídeos contendo desinformação sobre a COVID-19 haviam sido removidos até aquele momento.

A queda?

Em 18 de março de 2025, o Departamento de Ciência e Sociedade da Universidade McGill, publicou um vídeo inacreditável: Mercola em sessões diárias no Zoom com um médium, que se apresenta sob o pseudônimo de Kai Clay e afirma "incorporar" uma entidade chamada Bahlon.

Embora o vídeo só tenha vindo a público este ano, a história já havia sido revelada um ano antes pelo jornalista Rick Polito, em uma reportagem para o Natural Product Insider (atualmente chamado de SupplySide Supplement Journal).

Segundo a matéria, executivos de alto escalão da empresa de Mercola foram demitidos sem aviso prévio — possivelmente após consultas com um médium que afirma canalizar a voz de uma “entidade antiga e sábia, de alta vibração, do plano causal”: Bahlon.

Durante as sessões, Mercola e Clay discutem temas espirituais e empresariais, com tudo registrado e transcrito por duas inteligências artificiais, que auxiliariam na criação de uma nova série de livros.

Em um vídeo enviado aos funcionários no dia 12 de fevereiro, Mercola apresenta seu plano: uma coleção de 12 livros destinada a alcançar bilhões de pessoas e instaurar um novo paradigma sobre como aumentar a alegria na vida.

O vídeo foi divulgado cinco dias após a demissão de três dos principais executivos da empresa: o CEO Steve Rye, o diretor de negócios Ryan Boland e a editora-chefe — e irmã de Mercola — Janet Selvig.

Janet Selvig relatou, em uma entrevista, que começou a notar mudanças estranhas no comportamento do irmão no fim de 2023, especialmente na linguagem dos e-mails. Mais tarde, descobriria que ele vinha se consultando com Clay havia meses. No dia 31 de janeiro, após assistir a várias sessões gravadas com “Bahlon”, ela o confrontou. Mercola reagiu com hostilidade, defendeu Clay e, segundo a irmã, passou a se referir a si mesmo como um deus reencarnado — chegando a afirmar que era o novo Jesus.

Segundo Jonathan Jarry, comunicador científico da Universidade McGill, Canadá, que analisou cerca de 50 horas de conteúdo bruto — apelidadas como Mercola’s Tapes —, um denunciante interno compartilhou mais de cem vídeos de chamadas entre Mercola e Kai Clay, a maioria com mais de duas horas de duração.

Os vídeos estavam armazenados em um site não seguro chamado Fireflies, que Mercola utilizava por oferecer resumos e transcrições gerados por inteligência artificial, que pretendia usar para escrever sua série de livros.

As sessões seguiam sempre a mesma estrutura: começavam com Mercola e Clay discutindo os temas abordados no dia anterior; em seguida, vinha a canalização de Clay para “invocar” Bahlon — a parte crucial do encontro —, quando Mercola fazia uma enxurrada de perguntas sobre seus negócios e previsões pessoais; por fim, a sessão encerrava-se com Mercola contando a Clay, agora fora do “transe”, tudo o que havia conversado com a entidade.

Pessoas familiarizadas com a maneira como médiuns operam não se surpreenderam com as respostas de Bahlon, que eram, na maioria das vezes, vagas — como um “sim”, “possivelmente” ou “parece estar correto”. Quando arriscava uma previsão mais ousada — e geralmente errada —, Bahlon simplesmente afirmava que o futuro é incerto e impossível de controlar, ou que Mercola havia se precipitado ao tomar determinada decisão, o que explicaria o fracasso.

Ainda assim, Mercola parecia acreditar cegamente em tudo. Sua fé era tão inabalável que ele, literalmente, tirava dúvidas sobre questões médicas e de metodologia científica com a entidade — e em seguida aplicava as respostas em seus artigos “científicos”.

Em um dos vídeos, por exemplo, Mercola questiona Bahlon sobre qual seria o tratamento mais eficaz para problemas na tireoide. Em outro momento, para tirar dúvidas sobre um ensaio clínico randomizado que pretendia conduzir a fim de comprovar uma hipótese, Mercola pergunta a Bahlon se os voluntários deveriam receber o tratamento diariamente.

Em resposta, Bahlon assentiu com a proposta de tratamento diário e afirmou que a pesquisa deveria durar pelo menos 14 dias.

Entretanto, caso Bahlon não conseguisse fornecer uma resposta suficientemente técnica, Mercola recorria a outra fonte de sabedoria infinita: o ChatGPT, que, segundo ele, não teria motivo algum para mentir. Esse é o tipo de história que, se não houvesse vídeos para comprová-la, muitos acreditariam se tratar apenas de um boato mal-intencionado com o objetivo de difamar o médico-empresário.

Bahlon, a certa altura, afirmou que Mercola conseguiria, em seis semanas, desenvolver e comprovar uma teoria que revolucionaria a medicina. O trabalho deveria ser submetido a três das mais importantes revistas científicas (Cell, Nature e Science) e, por ser um gênio, ele não precisaria sequer de um coautor. O resultado? Um Prêmio Nobel.

Investigações revelaram que Kai Clay é, na verdade, Christopher Johnson. Antes de assumir o papel de “canalizador” de entidades, Johnson foi CEO de uma agência de branding chamada The Whitehorn Group. Em seu perfil no LinkedIn, ele alegava ter trabalhado com clientes importantes como CNN, MasterCard e Pepsi, além de ter sido nomeado pelo Departamento de Estado dos EUA para o U.S. Afghan Women’s Council, liderado por Hillary Clinton e Laura Bush.

Embora tenha dito a Mercola que começou a canalizar entidades há quinze anos, a primeira menção ao seu novo nome artístico — ou à entidade — só apareceu em 2019. Aparentemente, Johnson e Mercola se conheceram em 2023, durante um evento chamado Miami Healing Summit, no qual ambos foram palestrantes. A partir daí, começaram a realizar chamadas de vídeo frequentes.

A nova CEO da empresa de Mercola, Laura Berry, conhecia Johnson desde 2022. Apesar de não ter nenhuma experiência na área, Mercola a considerou apta a liderar sua empresa. Após assumir a posição de CEO, Berry firmou um contrato de consultoria com a empresa de Johnson, no valor de US$ 1,2 milhão.

Quem imaginaria que um dos mais ricos entusiastas de pseudociências e do movimento antivacina acabaria engolido por uma bobagem ainda maior do que aquelas que ele mesmo propagava — e que, aos poucos, perderia o controle da própria firma?

 

Mauro Proença é nutricionista

 

REFERÊNCIAS

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POLITO,R. Dr. Mercola fires brand executives after consulting with psychic. 2024. Disponível em: https://www.supplysidesj.com/market-trends-analysis/dr-mercola-consulted-with-psychic-before-axing-top-executives

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