China ordena censo nacional de retratações

Questão de Fato
13 fev 2024
Autor
laboratório

 

Universidades chinesas têm até quinta-feira, 15 de fevereiro, para concluir um censo nacional de artigos científicos retratados e de investigações de má conduta científica, informa a revista Nature. As instituições foram intimadas a enviar ao governo listas de todos os artigos acadêmicos retirados da literatura científica, publicados originalmente em periódicos de língua inglesa ou chinesa, nos últimos três anos.

De acordo com determinação emitida pelo Departamento de Ciência, Tecnologia e Informatização do Ministério da Educação da China em 20 de novembro, as universidades também devem explicar a causa das retratações e investigar casos de má conduta.

O governo adotou a medida em resposta à retratação em massa de artigos acadêmicos conduzida pela Hindawi, uma subsidiária da editora Wiley, no ano passado, e que incluía um grande número de trabalhos com autores ou coautores chineses. Essas retrações, juntamente com as de outras editoras, “afetaram negativamente a reputação acadêmica e o ambiente acadêmico do nosso país”, afirma o aviso do governo chinês, citado na nota da Nature.

Uma análise da Nature mostra que, no ano passado, Hindawi emitiu mais de 9.600 retrações, das quais a grande maioria — cerca de 8.200 — tinha um coautor na China. Quase 14.000 avisos de retratação, dos quais cerca de três quartos envolveram um coautor chinês, foram emitidos por todas as editoras em 2023.

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