O efeito Kennedy Jr. na saúde

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2 dez 2024
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Bandeira americana

 

Com a vitória de Donald Trump na última corrida eleitoral americana, uma de suas promessas — infelizmente — acaba de ser cumprida. Durante a campanha, como noticiado pela revista Wired, Trump afirmou, em comício realizado no Madison Square Garden, que, se fosse eleito, permitiria a Robert F. Kennedy Jr. (RFK Jr.) "go wild on health". Essa expressão pode ser entendida como "ter carta branca/revolucionar a saúde", mas também pode ser traduzida de forma coloquial como "fazer loucura na saúde". Curiosamente, RFK Jr. é conhecido não apenas como membro da dinastia política dos Kennedys, mas também como um destacado ativista antivacina e conspiracionista da área da saúde.

Kennedy Jr., na verdade, já é conhecido aqui na RQC, tendo sido mencionado tanto por seu posicionamento negacionista frente à pandemia de COVID-19 quanto por sua estratégia de campanha para concorrer na última eleição americana. Ele abandonou a candidatura no meio da campanha para apoiar Trump.

Em 14 de novembro último, Donald Trump anunciou que nomearia Kennedy Jr. como secretário do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) dos Estados Unidos. Esse departamento do governo federal dos EUA - o equivalente ao Ministério da Saúde no Brasil - tem como missão melhorar a saúde e o bem-estar dos americanos, fornecendo serviços eficazes e promovendo avanços nas ciências que sustentam a medicina, a saúde pública e os serviços sociais. Também supervisiona órgãos cruciais como o CDC e a FDA, que atuam na proteção da saúde pública e na regulação de medicamentos, alimentos e dispositivos médicos.

Em sua rede social Truth Social, Donald Trump publicou a seguinte mensagem:

"Por muito tempo, os americanos têm sido oprimidos pelo complexo industrial de alimentos e pelas empresas farmacêuticas, que têm se envolvido em enganos, desinformação e informações falsas em relação à saúde pública. Diante desse cenário, o HHS terá um papel fundamental na garantia de que todos estejam protegidos contra produtos químicos nocivos, poluentes, pesticidas, produtos farmacêuticos e aditivos alimentares que têm contribuído para a enorme crise de saúde neste país. Com toda a certeza, o Sr. Kennedy restaurará essas agências ao padrão-ouro de pesquisas científicas e vai transformá-las em faróis de transparência, para acabar com a epidemia de doenças crônicas e tornar a América grande e saudável novamente!"

Em resposta, RFK Jr. agradeceu a indicação e afirmou que trabalhará para libertar as agências da sufocante influência corporativa. Ele prometeu transparência, compromisso com ciência baseada em evidências e o objetivo de tornar os americanos, novamente, o povo mais saudável do mundo.

Após a posse de Trump em janeiro, o nome de Kennedy Jr. será submetido ao Senado. Com os republicanos controlando a maioria (53 de 100 senadores), há uma possibilidade significativa de sua indicação ser aprovada — embora eu torça para que seja rejeitada.

Para entendermos a gravidade da situação, a BBC News publicou uma matéria intitulada Fact-checking RFK Jr’s view on health policy, na qual, como o título sugere, analisou, com base em fatos, as posições de Robert F. Kennedy Jr. relacionadas à saúde.

Em entrevista concedida este ano à National Public Radio (NPR), RFK Jr. afirmou que não pretende retirar vacinas de ninguém. No entanto, em declarações anteriores, como em uma entrevista de 2023 à Fox News, ele repetiu, com convicção, a afirmação falsa de que o autismo é causado por vacinação, hipótese surgida de um artigo científico fraudado, publicado décadas atrás e já retratado.

Além de seu negacionismo em relação às vacinas, o possível futuro secretário de Saúde é um crítico antigo e ferrenho da fluoretação — a adição de flúor ao suprimento público de água, para prevenir cáries. Ele alega (erroneamente) que o flúor está associado a problemas graves, como artrite, fraturas ósseas, câncer ósseo, perda de QI, transtornos do desenvolvimento neurológico e doenças da tireoide. Esse tema já foi abordado aqui na RQC, e sugiro fortemente que leiam o material na íntegra.

Em uma postagem no X sobre o assunto, RFK Jr. afirmou que recomendaria ao presidente Trump a remoção do flúor de todos os sistemas públicos de água nos Estados Unidos. Em réplica, Trump comentou que nunca conversou com Kennedy Jr. sobre o tema, mas que achava a ideia possível e interessante.

Como era de se esperar, Kennedy Jr. também foi um crítico assíduo das restrições impostas para conter a disseminação da COVID-19. Em um vídeo publicado pelo New York Post, ele afirmou que a COVID-19 seria direcionada para atacar caucasianos e negros, enquanto pouparia chineses e judeus asquenazes.

Outro tema amplamente comentado por RFK Jr., e que me toca pessoalmente, é a alimentação. Sobre esse tópico, acredito que a melhor checagem de fatos foi realizada pela jornalista especializada em nutrição Alice Callahan, em sua matéria para o The New York Times, intitulada What R.F.K. Jr. Gets Right — and Wrong — About Nutrition. Na reportagem, Callahan entrevista especialistas da área e analisa as cinco principais alegações feitas por Kennedy Jr. em suas redes sociais e entrevistas. Entre os pontos levantados estão, por exemplo:

1ª  Alegação – “Os alimentos ultraprocessados estão impulsionando a epidemia de obesidade e devem ser removidos da merenda escolar".

De fato, há muitas evidências que sugerem uma forte correlação entre o consumo excessivo de ultraprocessados e problemas de saúde, como obesidade e distúrbios metabólicos. No entanto, a classificação dos alimentos ultraprocessados apresenta um problema significativo: ela coloca no mesmo patamar produtos com composições nutricionais muito diferentes. Por essa lógica, um creme de ricota light seria considerado tão prejudicial quanto uma bolacha recheada, o que distorce a realidade. Além disso, substituir a merenda escolar atual por opções mais nutritivas é, sem dúvida, uma ideia válida e teoricamente eficaz. No entanto, é necessário avaliar a viabilidade financeira dessa mudança, especialmente considerando os custos adicionais que as escolas enfrentariam ao preparar refeições do zero.

2ª Alegação – “Corantes alimentícios causam câncer e TDAH em crianças".

Alguns pequenos ensaios clínicos sugerem que certos corantes alimentícios podem aumentar a hiperatividade em crianças. Entretanto, como discuti em um artigo sobre alimentação e TDAH, as evidências disponíveis estão longe de ser conclusivas. Quanto à alegação de que corantes causam câncer, não há consenso científico sólido que confirme essa relação, embora pesquisas em modelos experimentais apontem a necessidade de maior investigação.

3ª Alegação – “O Sr. Kennedy Jr. afirmou que só bebe leite cru e sugeriu que as restrições impostas aos pequenos fazendeiros de venderem seu produto deveriam ser reexaminadas".

Especialistas em segurança alimentar alertam que o consumo de leite cru (ou não pasteurizado) pode representar um risco significativo à saúde, pois o produto pode conter patógenos perigosos. Essa questão também já foi abordada aqui na RQC, destacando a importância do processo de pasteurização como medida de segurança alimentar.

4ª Alegação – “O Sr. Kennedy Jr. sugeriu que o consumo excessivo de açúcar, principalmente na forma de xarope de milho com alta frutose, contribui para a obesidade infantil e doenças cardiovasculares".

Surpreendentemente, essa afirmação não está incorreta. O consumo excessivo de açúcar, incluindo na forma de xarope de milho com alta frutose, está, de fato, associado a um maior risco de obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Estudos mostram que o excesso de frutose pode alterar o metabolismo lipídico e aumentar a resistência à insulina, contribuindo para essas condições.

5ª  Alegação – "Americanos estão sendo 'envenenados sem saber' por óleos vegetais como canola, soja e girassol, e seria mais saudável que os restaurantes fritassem os alimentos em sebo animal".

Pretendo abordar esse tema com mais profundidade em um artigo específico, mas já é possível desmistificar essa alegação.

A afirmação de que óleos vegetais são prejudiciais à saúde é falsa. Décadas de pesquisas indicam que óleos vegetais, como os de canola, soja e girassol, não apenas são seguros, mas também benéficos para a saúde. Por outro lado, alternativas como sebo bovino, manteiga ou banha, ricas em gorduras saturadas, estão fortemente associadas ao aumento do risco de doenças cardiovasculares. Assim, óleos vegetais continuam sendo uma escolha mais saudável para cozinhar, especialmente em comparação com gorduras sólidas de origem animal.

Como podemos observar, com base no histórico de declarações de Kennedy Jr. em diversas ocasiões, é plausível que as políticas de saúde dos Estados Unidos — que já não são ideais — possam piorar significativamente. Esse risco se intensifica ao considerarmos sua última postagem viral, na qual ele afirmou:

"A guerra da FDA contra a saúde pública está prestes a acabar. Isso inclui a repressão agressiva a psicodélicos, peptídeos, células-tronco, leite cru, terapias hiperbáricas, compostos quelantes, ivermectina, hidroxicloroquina, exposição ao Sol, vitaminas, alimentos naturais, exercícios físicos, nutracêuticos e qualquer outra coisa que promova a saúde humana e não possa ser patenteada pela indústria farmacêutica".

Em outros tempos, esse tipo de posicionamento poderia ser encarado como cômico. Contudo, infelizmente, não estamos vivenciando tempos normais.

 

Mas afinal, quem é?

Robert F. Kennedy Jr. é advogado, ambientalista, escritor de diversos livros com posicionamentos antivacina e fundador de duas organizações sem fins lucrativos: a Waterkeeper Alliance, dedicada à proteção e preservação de água limpa, e a Children’s Health Defense, que, apesar de afirmar ter como missão combater epidemias que afetam a saúde infantil, frequentemente promove campanhas publicitárias contra vacinas e tecnologias como o 5G. É sobrinho de John F. Kennedy, o 35º presidente dos Estados Unidos, assassinado em 1963, e filho de Robert “Bobby” Kennedy, assassinado em 1968.

Não estamos aqui para debater a vida pessoal de Kennedy Jr., mas sim suas ações e declarações públicas. Esse contexto foi abordado de forma brilhante no artigo A Note on Robert F. Kennedy, Jr.”, publicado em agosto deste ano no blog In The Pipeline, hospedado pela revista Science e escrito pelo químico Derek Lowe.

Lowe destaca que, embora Kennedy Jr. tente agora se distanciar de sua reputação como ativista antivacina, ele lidera a Children’s Health Defense, mencionada anteriormente, uma das principais responsáveis pela disseminação de desinformação sobre vacinas. Em 2019, Kennedy Jr. e sua organização desempenharam um papel central em espalhar medo sobre vacinas em Samoa, contribuindo para um surto de sarampo que resultou na morte de 70 crianças, conforme relatado pelo jornal The Telegraph.

Durante a pandemia de COVID-19, Kennedy continuou a se opor publicamente às vacinas, enquanto promovia tratamentos ineficazes, como a ivermectina. Como geralmente ocorre em casos desse tipo, além de contribuir ativamente para a disseminação de desinformações, Kennedy lucrou com o processo.

De acordo com uma matéria publicada no The Washington Post, escrita pela repórter Lauren Weber e intitulada Tax records reveal the lucrative world of covid misinformation, registros fiscais revelaram que quatro grandes organizações sem fins lucrativos ganharam destaque ao promover informações falsas sobre saúde, arrecadando juntas mais de US$ 118 milhões entre 2020 e 2022. Esses recursos permitiram que elas ampliassem sua influência em legislaturas estaduais, tribunais e comunidades por todo o país.

Entre essas organizações, a Children’s Health Defense arrecadou US$ 23,5 milhões em 2022, representando um aumento significativo em comparação com os anos anteriores à pandemia. A ONG está atualmente envolvida em mais de duas dúzias de casos judiciais, incluindo uma ação antitruste — termo que designa processos relacionados a acordos ilegais entre empresas para controlar oferta e preços, formando um cartel — movida contra o The Washington Post e outros veículos de mídia.

A organização alega que essas empresas censuram informações que considera corretas, mas que foram classificadas como desinformação. Em decorrência dessas ações judiciais, a Children’s Health Defense gastou pelo menos US$ 3 milhões em honorários advocatícios.

A Children’s Health Defense lançou um canal de TV na internet com programação diária que levantava dúvidas sobre a segurança das vacinas. A organização também afirmou ter desempenhado um papel crucial na derrota das exigências de vacinação contra a COVID-19 para trabalhadores de saúde em Nova York. Além disso, aliou-se a Pierre Kory, presidente da Front Line COVID-19 Critical Care Alliance (FLCCC) — outra ONG conhecida por suas posições negacionistas e antivacina —, em uma ação judicial para impedir que o conselho médico da Califórnia punisse médicos acusados de disseminar o que o órgão considerava desinformação.

 

O que esperar?

Recentemente, a revista Science publicou o artigo intitulado “Prospect of RFK Jr. as head of HHS panics many in medical science community”, escrito pelas jornalistas Jocelyn Kaiser e Meredith Wadman. Nele, especialistas da comunidade médica, além de ex-profissionais das agências vinculadas ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS), expressaram preocupações significativas sobre a nomeação de Robert F. Kennedy Jr. e discutiram as possíveis implicações de sua gestão.

A nomeação de Kennedy Jr. precise ser confirmada pelo Senado. Espera-se que enfrente resistência devido às suas posições controversas, incluindo seu apoio ao direito ao aborto, algo problemático para muitos senadores republicanos pró-vida. No entanto, Trump anunciou, por meio do Twitter, sua intenção de contornar o processo usual, recorrendo às chamadas nomeações durante o recesso, caso encontre obstáculos no Senado.

Esse mecanismo, previsto na Constituição dos Estados Unidos, permite que o presidente preencha temporariamente cargos enquanto o Senado está em recesso.

Kennedy Jr. declarou que deseja acabar com a fluoretação da água — uma prerrogativa de estados e municípios — e revisar todos os dados de segurança das vacinas, com a possibilidade de retirar do mercado aquelas que considerar inseguras.

Além dessas promessas, RFK Jr. alertou que irá desmantelar departamentos inteiros da FDA e que, a partir de 20 de janeiro de 2025, demitirá 600 funcionários do National Institutes of Health (NIH, a agência nacional de pesquisa médica dos Estados Unidos, e uma das maiores financiadoras dessas pesquisas).

RFK Jr. citou especificamente o Center for Food Safety and Applied Nutrition (CFSAN), uma agência responsável por supervisionar a segurança alimentar, além de realizar pesquisas científicas e desenvolver políticas nessa área. Ele pretende influenciar o próximo Dietary Guidelines for Americans, o guia de diretrizes alimentares para os americanos, que é atualizado pelo Poder Executivo a cada cinco anos, com a próxima publicação programada para 2025.

Contudo, o poder do secretário é limitado. De acordo com um artigo publicado na Science, intitulado “How much power do Trump and Kennedy have to reshape health agencies?”, que entrevistou Lawrence Gostin, especialista em direito de saúde global, as propostas mais extremas enfrentariam resistências institucionais, jurídicas e do corpo de cientistas de carreira que atuam nas agências regulatórias. Por exemplo, embora o presidente Trump tenha declarado que, com o aconselhamento de RFK Jr., estaria disposto a proibir vacinas e a fluoretação da água, essas medidas políticas estão além de seu escopo de atuação, uma vez que a saúde pública nos Estados Unidos é, essencialmente, de competência estadual.

Agências como FDA, CDC e NIH – e principalmente o NIH, devido às suas diretrizes de tratamento – há muito tempo estabelecem o padrão-ouro nacional e até global para recomendações científicas e, por conta disso, são usadas como referência para orientações sobre segurança, eficácia e uso apropriado de vacinas ou intervenções científicas em todo o mundo.

Contudo, há o risco de essas mesmas agências serem influenciadas – ou pressionadas – por adeptos do movimento antivacina ou qualquer outra prática pseudocientífica, começando a realizar um trabalho ideológico, desprovido de evidências científicas, e passando a atuar como uma agência governamental disseminadora de desinformação. Isso deixaria as agências estaduais de saúde pública e os indivíduos comuns sem saber a quem recorrer para obter informações confiáveis.

E o ditado “não há nada tão ruim que não possa piorar” cabe perfeitamente nesta situação. Enquanto finalizava este artigo, fui surpreendido com a notícia de que o presidente Trump nomeou o médico-celebridade Dr. Mehmet Oz para chefiar os centros de serviço de seguro saúde Medicaid e Medicare. Para os que não estão familiarizados com esse nome, Dr. Oz é um cirurgião cardíaco e teve um programa de televisão bem popular que levava seu nome, The Dr. Oz Show, e que, como acontece com muitas personalidades televisivas, se envolveu em inúmeras polêmicas ao longo dos anos.

Por exemplo: promover vários produtos para perda de peso sem comprovação científica – o que resultou em um processo por propaganda falsa, no qual ele teve que pagar US$ 5,25 milhões; indicar a utilização de hidroxicloroquina e cloroquina para o tratamento do coronavírus; criticar o CDC por recomendar que jovens tomassem doses de reforço das vacinas para a COVID-19; promover suplementos dietéticos para o tratamento de doenças.

Adianto que não estou confiante de que as amarras legais serão suficientes para restringir uma implosão das agências de saúde americanas. Na verdade, acompanhando os acontecimentos, tenho convicções firmes de que a gestão de RFK Jr. – agora acompanhada de Dr. Oz e, possivelmente, de outras figuras execráveis, como o negacionista Dr. Jay Bhattacharya – fará uma revolução negativa na área de saúde pública americana, tornando-a muito pior do que já está.

Lastimavelmente, essa é a realidade mundial. Práticas e ideias pseudocientíficas se misturam com a política e são promovidas à população sob a tutela de uma agência, conselho ou outra entidade que carrega a imagem de ser “cientificamente comprovada”. E, é importante destacar, isso ocorre tanto no campo da direita quanto da esquerda, sendo que cada ideologia política parece ter suas próprias pseudociências de estimação – embora, ao meu ver, a extrema direita continue apresentando comportamentos muito mais alucinados.

Para ilustrar o ponto, enquanto o governo Lula (considerado de centro-esquerda e apoiado por partidos de direita) sancionou a Lei 14.648, em 2023, que autorizou a realização da ozonioterapia em todo o território nacional – uma prática amplamente desacreditada pela comunidade científica –, o governo anterior, de extrema direita e liderado por Jair Messias Bolsonaro, foi marcado por ações ainda mais devastadoras. Além de adotar uma postura antivacina, Bolsonaro foi assessorado por um gabinete paralelo de saúde que promoveu medicamentos ineficazes para a COVID-19 e incentivou a chamada "imunidade de rebanho".

Torço para que, em algum momento, seja a ciência a influenciar a opinião de políticos e servir como base sólida para a formulação de políticas públicas, em vez de continuarmos no cenário atual, onde decisões políticas frequentemente distorcem ou ignoram evidências científicas.

 

Mauro Proença é nutricionista

 

REFERÊNCIAS

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