Para que servem os sonhos?

Questionador questionado
25 jan 2022
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Heródoto conta que o rei Xerxes I, líder do Império Aquemênida, invadiu a Grécia no ano 480 AEC com um exército de 1 milhão de homens. Isso dá quase 1% da população mundial na época, motivo pelo qual os historiadores contemporâneos estimam algo mais humilde – entre 100 mil e 150 mil homens.

Apesar de um poderio proporcional ao dos EUA no auge da Guerra Fria, Xerxes ponderou um bocado antes de atacar a coalizão de cidades-estado liderada por Esparta. Certo dia, durante os preparativos, seu sábio tio Artabano o avisou: “Você quer marchar contra homens que, segundo se diz, são ótimos combatentes no mar e na terra. Cumpre-me expor o perigo que eles representam”.

Após ouvir o conselho, Xerxes – até então decidido a entrar com o pé na porta – voltou atrás e cancelou a invasão. Foi então que um vulto começou a visitá-lo em seus sonhos. Noite após noite, a visão o incitava a ignorar o tio e partir para cima dos gregos. Perturbado, Xerxes pede a Artabano que veja o que ele vê. Recomenda que o tio durma por uma noite em sua cama, com seus trajes, para que tenha seus sonhos. E assim ele faz.

O vulto, é claro, não cai na pegadinha e manda o papo reto para Artabano: “Então exortas Xerxes a não marchar contra a Hélade? Mas nada ganharás, nem no futuro, nem no presente, querendo desviá-lo da decisão do destino!”. Assustado, o tio pula da cama e ordena o ataque. Má ideia: após a épica resistência espartana na Batalha das Termópilas (incorporada à cultura pop pela HQ 300, de Frank Miller), os persas são derrotados em Salamina e Plateia.

Ao longo do livro Histórias – considerada a obra fundadora da historiografia no Ocidente – , o autor grego Heródoto relata esta e outras duas ocasiões em que o destino do povo persa teria sido definido por sonhos e visões noturnas de seus líderes.

Heródoto evidentemente não tinha uma câmera escondida para saber o que se passava no dormitório de Xerxes: seus escritos, como um documentário do Discovery Channel, são repletos de diálogos fictícios e dramatizações. Mas o papel central atribuído aos sonhos em um texto que se propõe documental mostra o quanto eles eram importantes no imaginário da Antiguidade.

Os mais antigos registros escritos escavados por arqueólogos, as inscrições cuneiformes sumérias, já relatam o poder profético atribuído aos sonhos e seu uso para tomar decisões políticas e militares. O Épico (ou Epopeia) de Gilgamesh, texto literário e religioso treze séculos anterior à Era Comum, é repleto de ações motivadas por devaneios noturnos. Sacerdotes egípcios deixaram inúmeros hieróglifos em que tentam dar sentido às visões que os fiéis tinham durante o sono.

Sidarta Gautama se torna Buda após uma sequência de sonhos reveladores. Platão, que propunha uma Atenas governada por um comitê de sábios e acadêmicos, considerou prudente avisar que os sonhos são uma péssima fonte de conselhos para as autoridades. Mais tarde, na raiz da expansão islâmica medieval, Maomé aprovou a interpretação de sonhos como uma forma de se comunicar verdadeiramente com Alá. Enquanto isso, na Europa, Santo Agostinho ficou tão preocupado com seus sonhos eróticos que se desculpou com Deus em seus escritos: o que ele podia fazer se seu cérebro pecava à sua revelia?

O que torna os sonhos uma preocupação universal e tão poderosa? Por que eles parecem premonitórios, e algumas previsões parecem se realizar? O que os psicólogos e neurocientistas descobriram sobre sonhos e a razão deles existirem, e o que eles realmente são capazes de nos contar?

 

Artabano no Google

Mesmo em uma população urbana contemporânea do Ocidente, uma parcela razoável das pessoas atribui propriedades divinatórias aos devaneios noturnos do cérebro. Em um artigo publicado em 2008, os psicólogos Carey Morewedge e Michael Norton descrevem o seguinte experimento: eles apresentam quatro cenários hipotéticos sobre aeroportos para 182 entrevistados em uma estação de metrô em Boston. Em uma das situações imaginárias, o entrevistado vai pegar um voo no dia seguinte e o governo dos EUA informa que há um risco razoável de ataque terrorista. Em outro, o entrevistado sonha que seu avião caiu. Conclusão: mais pessoas afirmaram que desistiriam da viagem por causa do sonho do que por causa do risco real.

Esse comportamento encontra respaldo em dezenas de dicionários de sonhos disponíveis gratuitamente na internet. Em geral, estabelecem relações fixas entre conteúdo e significado. Por exemplo: eu sonhei, nesta madrugada, que meu cãozinho Amendoim, um salsicha com 20 cm de altura e comportamento incendiário, estava vestindo sua roupa de policial. Vejamos o que diz o sonhos.com.br, primeiro endereço nos resultados de busca do Google:

“Se o cão do seu sonho era de grande porte, espere sucesso social; se era de pequeno porte, certamente terá que lutar para alcançar seu maior objetivo, que conseguirá realizar logo. Encontrar um cão da polícia é aviso para que não se envolva em questões alheias, evitando desentendimentos desnecessários; e, se viu um cão de caça, aguarde novidades em família”.

Não é difícil identificar tudo que há de errado com a descrição acima. O texto não cita qualquer estudo demonstrando uma correlação sólida entre sonhos com cachorros e acontecimentos na vigília. Se houvesse tal estudo, ele não forneceria garantias metodológicas mínimas. Quais eventos contam como “novidades em família”? Quantos amigos influentes você precisa conseguir para obter sucesso social, e que critérios são utilizados para determinar essa influência – renda, patrimônio, convites para festas de influencers recebidos anualmente? Amendoim é um dachshund, raça selecionada artificialmente com a função original de caçar texugos. Daí os salsichas serem finos e compridos: a ideia era torná-los aptos a acessar tocas subterrâneas. Ele conta como um cão de caça?

Além disso, veremos a seguir que os trabalhos de psicólogos e neurocientistas contemporâneos têm algo em comum: explicam sonhos em função da nossa necessidade de lidar com expectativas para o futuro e memórias de experiências recentes ou antigas. Cada um de nós vive uma vida diferente, cercado de pessoas diferentes, com empregos, crenças e hábitos diferentes.

Sendo assim, os sonhos até podem até ter significados, mas são particulares – e portanto, impossíveis de dicionarizar. Um indígena norte-americano do século 16 sonha com um urso após uma batalha contra colonizadores ingleses porque o animal é totem de seu clã. Já uma criança branca do século 21 que mora no exato local onde ficava a tribo pode sonhar com um urso porque viu um documentário no Animal Planet.

A existência de símbolos compartilhados por uma cultura, inclusive, explica parte do aparente poder premonitório. A psiquiatra e neurocientista Natalia Mota – que construiu sua carreira pesquisando sonhos, sono e distúrbios mentais no Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e hoje está na UFRJ – explica com uma situação hipotética:

lebre louca

“Vou pegar uma coisa que era muito comum no Ceará [Natalia me explica que é de Fortaleza]: a ideia de que sonhar com a mão coçando é sinal de que você vai ganhar dinheiro. Se você está às vésperas de uma entrevista de emprego, muito esperançoso, preparado e confiante, e há vários motivos para acreditar que tudo vai dar certo, você pode acabar sonhando antes com uma coceira na mão”.

Acontece que sua mãe, seus irmãos ou seus amigos, que estão acompanhando o drama da entrevista de perto, também cresceram ouvindo que a tal coceira é indício de boa sorte, e sabem que suas chances são boas. Basta um deles sonhar e bingo: temos uma profecia engatilhada, pronta para se concretizar, e com um grau de probabilidade muito superior ao esperado para uma mera coincidência.

A isso se somam dois fenômenos óbvios. Um são as coincidências. Voltando ao exemplo dos cachorros: há mais de 200 milhões de brasileiros, e 44% dos domicílios têm cães. É natural que as pessoas sonhem com os mascotes antes de certas ocorrências, simplesmente porque o número total de sonhos com esse tema por noite é altíssimo.

O outro é o chamado efeito Forer: as afirmações dos dicionários de sonhos são vagas e genéricas; qualquer leitor pode se identificar. É assim, inclusive, que funcionam o horóscopo e os mapas astrais. (Neste texto da RQC, o psicólogo Stuart Vyse, especialista em superstições, descreve um experimento conduzido por uma orientanda: ela ofereceu descrições falsas e verdadeiras dos signos do zodíaco para um grupo de voluntários e pediu que eles apontassem com qual mais se identificavam. 54% escolheram a descrição falsa.)

 

Digestão de emoções

Natalia Mota explica que a produção científica contemporânea sobre sonhos se baseia em basicamente duas linhas de pesquisa. A primeira é conhecida como teoria da simulação de ameaças (threat simulation theory, TST) e foi proposta e popularizada pelo filósofo da mente finlandês Antti Revonsuo.

Para Revonsuo, os sonhos seriam um videogame involuntário, em que o cérebro pode simular situações perigosas antes de vivê-las. Esse software mental evoluiu por seleção natural, já que oferece vantagens óbvias: um indivíduo que acompanha o ataque de um predador ou de uma tribo rival em seu teatro mental durante o sono acorda mais bem preparado para lidar com esses acontecimentos na prática. Isso aumenta suas chances de sobrevivência e sucesso reprodutivo.

Nem só de violência se fazem as interações humanas: somos animais sociais, e a capacidade de agir e decidir em grupo recompensa indivíduos bons de convivência. Por isso, a TST ganhou recentemente um “puxadinho” denominado teoria da simulação social (social simulation theory, SST). A ideia é que nossos ancestrais precisavam ser tão bons de lábia quanto de porrada para chegarem vivos ao dia seguinte – o que gerou uma pressão seletiva favorável a sonhos capazes de simular um leque de situações mais amplo do que apenas ameaças.

As propostas de Revonsuo podem ser consideradas científicas porque geram previsões testáveis. Por exemplo: espera-se que situações agressivas ou perigosas apareçam em uma parcela razoável dos nossos sonhos, e que pessoas vivendo em zonas de conflito tenham sonhos mais frequentes e violentos (vide, por exemplo, este estudo, que analisou os sonhos de crianças curdas em uma zona de conflito e os comparou com os de crianças finlandesas). Neste artigo, o próprio Revonsuo faz um compêndio de evidências favoráveis e desfavoráveis à TST.

Outra teoria dominante é creditada a Tore Nielsen, que chefia um laboratório de ciências cognitivas dedicado a investigar sonhos e pesadelos na Universidade de Montreal, no Canadá. Para ele, os sonhos seriam como um equivalente emocional da digestão: eles serviriam para metabolizar as experiências que temos na vigília, extraindo as partes importantes e descartando as desnecessárias.

Isso seria essencial para regular nossa resposta emocional a certas situações: um pesadelo recorrente com um assalto é a tentativa do seu cérebro de lidar com a memória, retendo lições e aprendizados – como não andar com o celular exposto – e deixando de lado o aspecto traumático, que só vai gerar problemas. Seria inviável e irracional nunca mais passar em uma certa esquina próxima de sua casa só porque o roubo ocorreu ali, e de fato a maioria dos roubados supera o receio em algum momento.

Perceba que as teorias são complementares: se os sonhos evoluíram por seleção natural, foi por melhorarem a capacidade de sobrevivência e reprodução dos sonhadores. Caso sirvam simultaneamente como mecanismo de regulação emocional e como simulação de situações reais, não há inconsistência em aceitar essas duas (e quiçá outras) explicações simultaneamente.

Porém, nem todas as nossas características psíquicas, anatômicas ou fisiológicas emergiram por seleção natural. Os seres vivos são repletos do que o biólogo Stephen Jay Gould denominou spandrels, traços que são subprodutos de outras adaptações (o exemplo mais típico é o queixo humano, que teria surgido acidentalmente ao longo do Pleistoceno conforme os ancestrais humanos adquiriram rostos menores e mais achatados que os dos demais primatas).

Pensando no conceito de spandrel, psicólogos como Allan Hobson já sugeriram que sonhos sejam, pelo menos parcialmente, um subproduto não intencional da atividade do cérebro durante à noite, o que explicaria seu caráter aleatório e psicodélico frequente.

Hobson ficou famoso por ser um crítico ferrenho da abordagem freudiana dos sonhos (que comentaremos a seguir), mas o fato de que os sonhos não funcionam conforme previsto pela psicanálise não significa que eles não tenham outras funções quaisquer, uma crítica que o filósofo da mente Daniel Dennett explora aqui. Considerando as vantagens adaptativas que os sonhos podem oferecer e o amplo corpo de evidências mostrando que eles seguem padrões (pesadelos em pessoas com estresse pós-traumático são tão consistentes que servem como critério de diagnóstico), há pouco a favor da teoria da aleatoriedade.

 

A herança de Freud

As ideias resumidas acima são só a ponta de um grande iceberg de pesquisas e especulações sobre a função dos sonhos, muito exploradas com profundidade inédita durante a pandemia (eventos traumáticos de grande porte são capazes de mexer com os sonhos de uma população inteira simultaneamente, o que facilita as pesquisas). Este texto de Tore Nielsen, por exemplo, lista mais de dez teorias diferentes sobre o assunto, e faz uma acareação cuidadosa das evidências favoráveis e contrárias a cada uma delas. Um nome, porém, paira de maneira indelével sobre todos os outros: Freud.

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Lembra de Morewedge e Norton – os autores do experimento sobre aviões, ataques terroristas e sonhos mencionado alguns parágrafos atrás? Pois é: eles realizaram um outro estudo em que explicaram a 149 voluntários de três países (EUA, Índia e Coreia do Sul) quatro teorias sobre sonhos, incluindo a que Freud apresenta no clássico A Interpretação dos Sonhos (1899), o livro mais influente já publicado sobre o assunto. Morewedge e Norton queriam saber em que grau as ideias do psicanalista estão incorporadas ao imaginário popular. Resultado: 73,8% dos entrevistados, distribuídos homogeneamente entre os países, ainda consideram a teoria freudiana verdadeira.

Aqui, vale fazer uma breve digressão para explicá-las. Freud afirmou que todo sonho, em princípio, é a realização de um desejo. Em crianças, isso ficaria evidente: elas devaneiam à noite com o que não puderam obter durante o dia. Em adultos, porém, essas vontades com frequência apareceriam de maneira cifrada, distorcida. Isso aconteceria porque muitos de nossos impulsos sexuais ou agressivos são censurados, dando origem às visões bizarras e psicodélicas. O psicanalista e o paciente poderiam, juntos, extrair o significado oculto por trás dos filminhos noturnos.

A teoria freudiana dos sonhos, em linhas gerais, não encontra respaldo na ciência contemporânea – seja porque os resultados de experimentos não dão apoio a ela, seja porque os fenômenos propostos receberam explicações mais simples e plausíveis desde então, seja porque vários de seus aspectos sequer são verificáveis por meio de um experimento. Neste texto, o psicólogo William Domhoff, professor emérito da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, faz uma revisão sistemática dos métodos e erros de Freud nessa seara.

 

Ler nos sonhos

De certa forma, Natalia Mota dedicou boa parte da sua carreira acadêmica a interpretar sonhos – só não da maneira como os dicionários ou Freud fizeram. Ela criou um método de diagnóstico de esquizofrenia capaz de identificar o distúrbio com grau altíssimo de precisão a partir de relatos de sonhos.

Para isso, Natalia pega o relato e o transforma num gráfico em que cada palavra é representada por uma bolinha. Enquanto o raciocínio do sonhador está caminhando em linha reta, as bolinhas vão se encadeando, uma atrás da outra. Quando o sonhador repete uma ideia, a fila de bolinhas dá volta para reencontrá-la no local original de sua aparição. 

O pulo do gato é que as narrativas de pessoas esquizofrênicas são mais fragmentadas e seguem uma trilha de bolinhas com padrões detectáveis – padrões esses que um software chamado SpeechGraph (criado pela própria Natalia) aprendeu a reconhecer após ser exposto a uma amostra suficientemente grande.

A ferramenta não só reproduz o diagnóstico obtido por métodos tradicionais como é capaz de fazê-lo antes que o paciente comece a exibir sintomas mais graves, o que permite identificar e tratar o problema precocemente. Eis um exemplo de informação extraída dos sonhos que tem uma correlação bem verificada com algum aspecto da vida na vigília.

Além dos testes clínicos realizados aqui no Brasil, a técnica criada por Natalia já foi testada com sucesso por outros pesquisadores em populações de diferentes etnias e condições socioeconômicas. Recentemente, um grupo de Cambridge e do King’s College, na Inglaterra, verificou doze técnicas de diagnóstico psiquiátrico por meio da linguagem (incluindo a de Natalia) e obteve resultados muito positivos.

Em 2020, um consórcio internacional chamado Discourse in Psychosis começou a montar um banco de dados sobre a fala de pessoas esquizofrênicas em diversos países e faixas de renda. Assim, será possível montar um protocolo padronizado que gere bons resultados independentemente de variáveis socioeconômicas. Natalia já descobriu, por exemplo, que o nível de educação formal da pessoa esquizofrênica não reduz a desconexão nos relatos. Com esse banco, também será possível aperfeiçoar ou descartar estratégias de coleta. Por exemplo: é mais eficaz pedir ao paciente que descreva um sonho, descreva uma imagem ou conte uma história? Esses são os passos que faltam antes de a ferramenta chegar ao mercado e passar a ser empregada rotineiramente em consultórios.  

Esse é só o começo. Em 2013, pesquisadores de Kyoto, no Japão, monitoraram um pequeno grupo de três voluntários durante o sono usando máquinas de ressonância magnética. Eles acordavam essas pessoas no meio dos sonhos para descobrir quais eram as imagens que elas tinham na cabeça no exato momento do despertar. Assim, os cientistas conseguiam associar dados da ressonância aos pensamentos correspondentes.

Repetindo esse processo mais de 200 vezes (haja incômodo), foi possível gerar uma espécie de dicionário particular de cada voluntário, que correlaciona a descrição de um sonho com a atividade cerebral no momento em que ele é sonhado. Como escrevem os autores do trabalho, “a experiência visual específica durante o sono é representada por padrões de atividade cerebral compartilhadas pela percepção do estímulo”. Em outras palavras, quando você sonha com um cachorro, seu cérebro está manifestando o mesmo tipo de atividade de quando você vê um cachorro no mundo real.

Alimentado com uma quantidade razoável desses inputs, o computador “aprendeu” a fazer engenharia reversa da atividade cerebral dos dorminhocos e traduzi-la de volta em imagens. Foi possível, com 60% de precisão, gerar filminhos que representavam o que estava acontecendo dentro da cabeça dos voluntários sonhadores. Esse estudo apareceu no renomado periódico Science, um sucesso para uma área de pesquisa que sofria preconceito da academia mainstream algumas décadas atrás.

 

Bruno Vaiano é jornalista

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